domingo, 11 de setembro de 2016

Teoria da realidade - Solipsismo - A esquizofrenia filosófica



Você existe?

Talvez não. Há uma corrente filosófica que prega que somente “eu” e, consequentemente, minhas experiências são reais. Todo o resto, incluindo as demais pessoas, árvores, móveis etc, são criações de minha mente. Trata-se do solipsismo.

É claro que, você que lê esse artigo e possui consciência de sua existência, tem certeza que existe e que, se essa teoria está correta, eu é que sou uma criação sua.

Portanto, para entender melhor, vamos colocar você (sim, você que está lendo esse texto) como o “ser existente”, para entender melhor o solipsismo.

Você existe. Eu, sua família, seus amigos, colegas de trabalho, pessoas que andam pela rua, enfim, todas as outras pessoas além de você, todas as plantas, prédios, árvores, flores etc, são criações de sua mente. Nós, as outras pessoas, não temos consciência, pois somos parte da SUA consciência. Nós não pensamos. Tudo o que fazemos e falamos é exatamente o que você criou.

Podemos ter uma certeza, ou, pelo menos, um de nós pode: “Eu existo”. A partir do momento em que você tem consciência de sua existência e adere ao solipsismo, tudo a sua volta se resume numa grande e complexa ilusão. Você existe e eu te digo que também existo. Mas eu não tenho como lhe provar que eu realmente existo e que não sou uma criação de sua mente, da mesma forma que você também não tem como me provar. Mas como você sabe que existe, a única certeza que pode ter é que, pelo menos você, sem dúvida, é um ser ou, talvez o único ser. Enquanto eu, posso existir de fato, ou não. Para você, sou somente uma possibilidade.

É nessa hora que começam a rir dessa teoria. Ela já foi ridicularizada por muitos pensadores, porém, assim como a fé religiosa, é algo impossível de provar que não é verdade.




Contudo, podemos pensar nas seguintes questões para argumentar contra o solipsismo:

Se sou eu que crio tudo à minha volta, por que…

não sou milionário?
acontecem coisas ruins na minha vida?
várias pessoas pelas quais me apaixonei não me corresponderam?
não tenho várias coisas que desejo?
sou surpreendido muitas vezes?
outras pessoas me ensinam coisas que eu não sabia?

São várias perguntas que, supostamente, tiram a lógica dessa teoria. No entanto, quando você sonha, você não tem tudo o que deseja, coisas ruins acontecem, você é surpreendido, você “aprende” coisas novas e tem vários amores não correspondidos. E o sonho nada mais é do que uma criação de sua mente.

No entanto, nos sonhos, você voa, transforma-se em animais e faz coisas inimagináveis na “vida real”. Dá para ficar louco ao se aprofundar no solipsismo, afinal, você também criou coisas inimagináveis, como bombas nucleares, holocausto, violência, estupro, assassinato, guerras por toda a parte e até o Bin Laden. Que mente suja a sua, hein?

Além disso, você também criou a banda Calypso, o funk carioca e o Big Brother. Tsc, tsc, tsc.

É interessante pensar que, como único ser existente, você criou muitas coisas que ama e que odeia. Criou pessoas melhores e piores que você, mais ricas e mais pobres, mais felizes e mais tristes… você criou uma balança, onde tudo é harmonizado pelo dualismo do bom e do ruim. Como se isso fosse algo necessário para que suas experiências em seu mundo o mantenham vivo (assim como no filme Matrix, onde o agente Smith explica que o mundo perfeito não deu certo, justamente por que era perfeito).

Eis então que você, mendigo que perdeu toda a família, vive na miséria absoluta e cheio de doenças, por alguma ironia do destino lê esse artigo e pensa: “Solipsismo o c…..! Eu sou consciente e não existe nenhuma vida pior que a minha”

Eu respondo: você é somente fruto de minha imaginação.

Acho que é com essa resposta que temos tantas desgraças no mundo. Políticos, o povo sofre! “E daí?”- pensam eles – “vocês não existem”.


Fonte: VK.com