terça-feira, 19 de julho de 2016

O Universo é imaterial-mental e espiritual - A consciência cria a realidade




“O fluxo de conhecimento está caminhando em direção a uma realidade não-mecânica; o universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que com uma grande máquina. A mente já não parece ser uma intrusa acidental no reino da matéria.Devemos superar isso, e aceitar a conclusão indiscutível.O universo é imaterial-mental e espiritual. “- RC Henry, Professor de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins, “O Universo Mental”; Nature 436: 29,2005) fonte


“A consciência cria realidade”, uma declaração que ganhou muita atenção em vários meios de comunicação alternativos em todo o mundo. E não se engane, a consciência tem sido  – e tem sido por algum tempo –  estudada por numerosos cientistas, especialmente em sua relação com a física quântica e como ela pode ser correlacionada com a natureza da nossa realidade.

O que é a consciência? 


Consciência inclui uma série de coisas. É a forma como percebemos nosso mundo, nossos pensamentos, nossas intenções e muito mais.
“Buscar a consciência no cérebro é como olhar para rádio em busca do locutor. “- Nasseim Haramein
A afirmação de que “a consciência cria realidade” traz diferentes questões. Será que isso significa que nós, como indivíduos (e em um nível coletivo como uma raça humana) podemos moldar e criar qualquer realidade que gostaríamos para nós mesmos? Será que isso significa que podemos manifestar um certo estilo de vida, e atrair determinadas experiências? Isso acontece instantaneamente? Leva-se tempo? Como fazemos isso?
Embora ainda não seja possível responder essas perguntas com certeza científica absoluta, sabemos que sim, realmente existe uma correlação entre a consciência e o mundo material físico, de alguma maneira.  O alcance dessa correlação (de novo a partir de um ponto de vista científico moderno) ainda não é bem compreendido, mas sabemos dessa correlação, e sabemos que há  um forte significado.
“A conclusão fundamental da nova física também reconhece que o observador cria a realidade. Como observadores, estamos pessoalmente envolvidos com a criação da nossa própria realidade. Os físicos estão sendo obrigados a admitir que o universo é uma construção “mental”. Físico pioneiro Sir James Jeans 

O experimento da fenda dupla quântica


O experimento da fenda dupla quântica é uma experiência muito popular usada para examinar como a consciência e o nosso mundo material físico estão interligados. É um grande exemplo que documenta como os fatores associados à consciência e ao nosso mundo material físico estão ligados de alguma forma.
Uma revelação potencial dessa experiência é que “o observador cria a realidade.” Um artigo publicado na revista Physics Essays de Dean Radin, PhD, explica como esta experiência tem sido utilizada várias vezes para explorar o papel da consciência na formação da natureza da realidade física. (fonte)
Neste experimento, um sistema óptico de dupla fenda foi usado para testar o possível papel da consciência no colapso da função de onda quântica. A proporção da fenda espectral de potência dupla do padrão de interferência à sua única potência espectral fenda foi previsto diminuir quando a atenção estava voltada para a dupla fenda, em comparação estando longe dela. O estudo constatou que os fatores associados com a consciência “significativamente” estão correlacionados de maneira previstas com perturbações no padrão de interferência da dupla fenda. (fonte)
“A observação não somente causa interferência ao que será  medido, mas também produzem isto. Nós obrigamos o elétron a assumir uma posição definitiva. Nós mesmos produzimos  os resultados da medição.”(Fonte
Embora esta seja uma das experiências mais populares usadas para concluir a ligação entre a consciência e a realidade física, existem vários outros estudos que mostram claramente que a consciência, ou fatores que estão associados a esta consciência estão diretamente correlacionados com a nossa realidade de alguma forma. Uma série de experiências no campo da parapsicologia também já demonstraram isso.
Claro, podemos não entender a extensão desta ligação, e na maioria dos casos os cientistas não conseguem explicar através dos meios tradicionais de medição. No entanto, eles têm sido observados.

A Ciência moderna atual, especialmente a física quântica, tem vindo em encontro ao misticismo antigo. Um grande exemplo é o interesse da física quântica por temas como meditaçãoacupunturachacrasenergiasreiki e outros temas que já eram de conhecimento dos místicos milenares do Oriente. A conclusão é que tudo é energia , nada é sólido.
“Nós Somos o que pensamos, tudo o que somos surge com nossos pensamentos, com nossos pensamentos fazemos o mundo. “- Gautama Buda
“De um modo geral, embora existam algumas diferenças, acho que a filosofia budista e Mecânica Quântica podem apertar as mãos sobre a sua visão do mundo. Podemos ver nestes grandes exemplos os frutos do pensamento humano.”- Dalai Lama 
Então, por que isso é relevante? É relevante porque a nova física, como mencionado acima, está apontando para o fato de que o observador molda a realidade. A nossa forma de pensar e perceber poderia ser responsável e desempenham um papel vital na construção física que vemos diante de nós.
“Nenhum problema pode ser resolvido a partir do mesmo nível de consciência que o criou.” – Desconhecido
Se olharmos para o mundo e examiná-lo em um nível coletivo, o que vemos? Como podemos perceber isso? Neste momento, as massas nascem, vão à escola, pagam contas, criam sua família e encontram um “trabalho” dentro do atual paradigma para se sustentar. Esse é o mantra da vida moderna. Estamos como robôs, que são treinados a crer nessa realidade.
Existe uma espécie de lavagem cerebral para aceitar as coisas como elas são, sem questionar o que esta acontecendo por trás e para continuar com o status quo, só cuidar de nós mesmos e nossas próprias vidas. Como Noam Chomsky diria, o nosso consentimento foi fabricado. Se continuarmos por este caminho e continuarmos vendo a realidade, vamos, em essência, prolongar esse tipo de existência e experiência para a raça humana, sem nunca haver mudanças conscienciais e realmente consistentes.
Mas muitas pessoas no planeta não estão em ressonância com estas experiências. E estão mudando suas realidades através da própria consciência. O que muda a forma como percebemos a realidade? Informação. Quando uma nova informação surge, muda a forma como olhamos para as coisas e, como resultado, nossa realidade muda, e nós começamos a manifestar uma nova experiência e abrimos nossas mentes para uma visão mais ampla da realidade.
O que também é importante sobre os ensinamentos da nova física é que, se os fatores de consciência são associados com a criação da nossa realidade, isso significa que a mudança começa por dentro. Ela começa quando estamos observando o mundo exterior a partir do nosso mundo interior.
Então, pergunte a si mesmo, você está feliz?
Você está observando, percebendo e agindo a partir de um ponto de amor, da paz, da generosidade, da unicidade?  Ou do ponto de vista do ódio, da raiva, do rancor, do ciúme, do conflito? Lembre-se que a consciência cria realidade.
Somos de fato os observadores, podemos criar a mudança e quebrar padrões para abertura de novas possibilidades, mudar nossa direção, durante todo o caminho em que observarmos a nós mesmos, os outros e o mundo que nos rodeia.
Eu acredito que a raça humana está em processo de despertar para uma série de novas possibilidades diferentes, simultaneamente. Como resultado, a maneira como percebemos o mundo à nossa volta (em grande escala) está começando a mudar drasticamente. Então, se você quiser ajudar a mudar o mundo, mude sua maneira de olhar as coisas, e as coisas que você olha mudarão.
“Seja a mudança que você quer ver no mundo.” – Mahatma Ghandi
“Não há nada de novo a ser descoberto na física agora. Tudo o que resta é a medição mais precisa.”
Esta declaração (visão de mundo) foi escrita por Lord Kelvin em 1900, e  foi derrubada apenas cinco anos mais tarde, quando Einstein publicou seu artigo sobre a teoria da relatividade. As novas teorias propostas por Einstein desafiaram completamente o entendimento da época. Isto obrigou a comunidade científica a se abrir para uma visão alternativa sobre a verdadeira natureza da nossa realidade.

“Declarações como de  Lord Kelvin são paradigmas passados … Nós sabíamos que a Terra era plana, sabíamos que éramos o centro do universo, e sabíamos que um objeto mais pesado que o ar não poderia levantar o  voo. Através de todas as fases da história humana, as autoridades intelectuais têm pronunciado a sua supremacia, e que simplesmente não se encaixam no quadro de conhecimento aceito. Será que estamos realmente diferentes hoje? Será que realmente mudou a nossa aceitação em relação às coisas que não se encaixam no quadro vigente? Talvez existam conceitos de nossa realidade que ainda temos de compreender, e se abrirmos nossos olhos, talvez veremos que algo importante foi esquecido. “- Terje Toftenes (fonte).
Conclusão: Nós criamos nossa realidade, e a minha realidade pode não ser a mesma que a sua, mas podemos dizer que só porque você não enxerga a minha realidade ela não exista. Sabemos que ondas de rádios existem mas não ouviremos se não tivermos o equipamento adequado e estarmos sintonizados na mesma frequência. Tudo é questão de percepção. Mas respeito quem discorda conforme sua realidade.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Como é o inferno?


Inferno é um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação. Algumas pessoas não aceitam muito bem essa ideia, mas de qualquer maneira, como não dá para saber se o “inferno” realmente é um lugar existente ou não, o que nos resta é analisar algumas culturas e o que elas dizem sobre esse tema.

Como é o Inferno segundo diferentes culturas? Venha conhecer!!!!

Xibalbá


Esse é o nome do inferno para a Mitologia Maia. A palavra vem de Quiche Xibalbá, que significa “escondido”. É o reino subterrâneo onde regem as divindades Hun-Camé (doença) e Vucub-Camé (morte).
No Popol Vuh (livro documental da cultura maia) o mito dos gêmeos Hunahpú e Ixbalanqué é contado. No século XVI acreditava-se que Xilbabá era um lugar físico, por isso existe uma entrada numa caverna, perto da comunidade de Alta Verapaz y Cobán, na Guatemala.
Não se trata exatamente de um inferno mas, sim, um submundo, que é representado, como dissemos anteriormente, por doença e morte. para que se possa entrar existem escada muito íngremes, que conduzem a um rio, que corre ao longo de ravinas.
Após um longo caminho se chega a um cruzamento de quatro vias: vermelho, branco, amarelo e preto, sendo que esse último leva a Xibalbá.
Ali existem cinco casas: Casa Escura, onde só existem trevas; Casa do Frio, onde o vento sopra insuportável eternamente; Casa dos Jaguares, abarrotada desses animais; Casa dos Morcegos, onde há milhares deles voando, gritando incessantemente; e, a Casa das Facas, na qual só existem facas extremamente afiadas. Em outras partes do Popol Vuh fala-se de uma sexta casa, Casa do calor, onde só havia brasa e chamas.

Geena



É o inferno judeu, talvez por isso mais conhecido pelos cristãos. Como é um inferno judaico, aqui as almas ímpias são purificadas e ficam por volta de um ano, embora algumas, de tão ruins, permanecem pela eternidade.
O nome é derivado de um vale perto de Jerusalém (Ge Hinnom Valley), que serviu de metáfora para a entrada do mundo de punição. Anteriormente os seguidores do Deus Moloque sacrificavam as crianças em piras funerárias, desde então ficou a imagem de que é um lugar profundo e desolado, no qual as chamas queimam eternamente.

Duat



Esse é o lugar para onde os mortos egípcios iriam. Nos Antigo Texto dos Sarcófagos, Duat está descrito como um lugar governado por Osíris, o Deus dos Mortos. Neste livro há um mapa com a rota a ser feita por Duat.
Trata-se de um lugar semelhante à Terra mas, com um lado de fogo e paredes de ferro. Ao se aproximar de Duat, as almas deveriam passar pelas portas vigiadas por criaturas aterrorizantes, metade humanas, metade bestas, com nomes de “bebedores de sangue que vem do matadouro”.
Depois de atravessar as portas, o coração dos mortos é comparado com o peso de uma pena, se for mais pesado ele será devorado pelo demônio Ammut e em seguida deverá enfrentar a justiça e sofrer grande tortura.

Tuonela



De acordo com a Mitologia Finlandesa, Tuonela é o reino dos mortos, da mesma forma que Hades é o reino dos mortos na Mitologia Grega. É praticamente a continuação da vida na Terra porém, sombrio.
Aqueles que vão para Tuonela devem levar alguns aparelhos para sua sobrevivência, inclusive se permite visitação a parentes que ali estão, o problema é que, por vezes, a viagem até lá é mortal.
A pessoa (viva) deveria atravessar o rio Tuoni e pedir ajuda a Donzela da Morte, Tuonen Tyttö que, assim como Caronte, serve de guia até a pessoa falecida.
Este rio está cheio de cobras venenosas, mas em Tuonela não é aplicado qualquer castigo. É simplesmente um lugar para onde os mortos vão.

Naraka



Se trata de um inferno Budista. Muitas pessoas acreditam que no Budismo não há inferno, pois essa religião prega a reencarnação porém, essa não é uma verdade. O Samsara é a “roda da vida”, se trata de uma ação contínua, por exemplo, podemos encontrar lugares nos quais as almas são limpas e purificadas, para que possam ascender à outros planos e reencarnações mais elevadas.
A partir daí, aqueles que conseguem quebrar as correntes dos desejos que, de acordo com essa doutrina, é a fonte de sofrimento humano, a pessoa será capaz de atingir o Nirvana, ou seja, um estado de felicidade plena. Voltando ao Samsara, todas as pessoas estão conectadas à ele, vivendo em movimento contínuo, vivendo dramas com momentos esporádicos de felicidade, vida após vida.
Assim, cada vida nova se adapta as novas circunstâncias, como fora determinada a cada pessoa no momento de sua reencarnação, também conhecido como Karma. Naraka é uma palavra da língua sânscrito, que significa submundo ou lugar do ser humano, sendo um lugar de sofrimento.
Esse é um dos seis reinos da existência de maior sofrimento da religião budista. nascer em um Naraka é consequência direta de um karma anterior, e ali você ficará até conseguir se “redimir” e então poderá reencarnar em um mundo mais elevado. Aqueles que vivem em Naraka vivem em estado absoluto de terror, angústia e desamparo. A representação do Naraka é feita através de cavernas subterrâneas abaixo da Yambu Dwipa, que se trata do mundo terreno.

Yomi



Se trata de um submundo da antiga religião japonesa, Shinto. Literalmente, significa “primavera amarela” ou “fonte de enxofre”. É retratado como um lugar escuro, subterrâneo, separado do mundo dos vivos por um rio, o que dá a sensação de contiguidade geográfica com a Terra.
Os mortos vivem lá e podem permanecer eternamente, apodrecendo, mesmo que não haja indícios de julgamento nele. Simplesmente quando morremos passamos para essa outra fase, de morar para sempre nas sombras, independentemente de nosso comportamento.
Como é o lugar dos mortos, está associado à decomposição e a poluição, que eles chama de Kegare (significa que se estamos em contato com algo ele, devemos nos purificar com água, o elemento da liberdade eterna). Depois da introdução do budismo no Japão, Yomi se tornou uma região de Naraka.

Casa das Mentiras



É o inferno do Zoroastrismo, uma religião antiga que segue os ensinamentos do profeta Zaratustra (ou Zoroastro), entre os antigos iranianos. Existe uma polaridade de bem-mal representada por Ahura Mazda (o criador da vida, seguido por seus espíritos benéficos, ou anjos) e Angra Mainyu (um demônio destrutivo, que é seguido por daevas, espíritos demoníacos).
Depois da morte, a pessoa é conduzida por Daena (uma espécie de consciência personificada) até a ponte de Cinvat (ponte do julgamento) que é mais fina do que um fio de cabelo e mais cortante que uma espada. Se as más ações superam as boas, a ponte se inclina e a pessoa cai na Casa das Mentiras, lugar de tormento eterno.
É descrita como um lugar sujo, repugnante, onde as almas se alimentam de podridão e são torturados por causa de suas ações. Nessa religião não há o hábito de enterrar os mortos, nem na terra, nem no mar.
Isso acontece porque o corpo é considerado propriedade de Angra Mainyu, da mesma forma não podem ser incinerados porque são obra de Ahura Mazda, o bom. Sendo assim, são deixados nas chamadas “Torres de Silêncio”, para serem devoradas por animais.

Diyu



O inferno Taoísta chinês, em seu início, não existia, pois não havia a ideia de “alma imaterial”. Porém, com o cruzamento de outras religiões, o Taoísmo acabou adotando uma ideia de inferno, que é habitado por inúmeras divindades e espíritos responsáveis por punir os mais diversos pecados, o que pode se tornar realmente assustador.
Diyu significa “reino da morte”, e literalmente significa “prisão terrena”, no qual os mortos pagam por seus pecados para que possam renovar seu espírito para a próxima reencarnação. Esse lugar é uma mistura de crenças tradicionais populares chinesas sobre vidas futuras e a ideia de Naraka, como foi mencionado acima.
É descrito como um labirinto gigante que fica debaixo da terra, em diferentes níveis. A quantidade níveis existentes varia com a interpretação, alguns dizem que há três ou quatro, enquanto outros alegam ter mais de dez níveis diferentes. Cada nível é responsável por diferentes tipos de expiação, bem como suas punições, que variam de acordo com o mau que fora praticado.
Existem lendas que falam de níveis nos quais as pessoas são serradas ao meio, decapitados, forçados a subir em árvores com espinhos e folhas cortantes, jogados em trincheiras, entre tantas outras coisas. Quando a expiação se concluí Meng Po (Senhora do Esquecimento) dá a alma uma poção que apagará todas as memórias, então ela será enviada de volta ao mundo terreno para sua próxima reencarnação.

Niflheim


Este aqui vocês provavelmente conhecem… Nilflheim é o inferno de acordo com a Mitologia Nórdica, o reino da escuridão e trevas, que é cercado por uma névoa perpétua. Nele reside o dragão Nidhogg, que se alimenta dos mortos. Niflheim é o mais profundo e escuro dos nove mundos da Mitologia Nórdica.
Alguns afirmam que a Terra foi criada quando o gelo de Niflheim e o fogo de Muspelheim (reino onde habitam os gigantes de fogo e seu mestre, Surtr) se colidiram. Aqui, também, vivem os ímpios, e é a âncora da “árvore do mundo”, Yggdrasill, que é o que mantém o universo em equilíbrio.
Dizem que na parte mais obscura do gelo de Niflheim, conhecido como Hellheim, reina a Deusa Hela com seu cão Garm, quem a leva as almas e as mantém em constante dor e tortura.
Bom, mesmo depois de ver tantos conceitos, ainda acho que o inferno é aqui… e vocês?
Fonte: O verso do inverso

domingo, 10 de julho de 2016

A Realidade Oculta: Universos Paralelos é ciência !



 “Com efeito, os capítulos que se seguem traçam um arco narrativo que percorre nove variações sobre o tema do multiverso. Cada uma delas vê nosso universo como parte de um todo surpreendente e maior, mas a compleição desse todo e a natureza dos universos que o compõe diferem fortemente entre elas. (…) Imaginar quão ampla a realidade pode ser é algo que nos entusiasma e, ao mesmo tempo, nos faz mais humildes”.

Física quântica é um ramo da física cercado de “mistério”. Sua teoria é tão complexa e inacessível aos pobres mortais, que muitas vezes o termo quântico é usado por pseudo-cientistas para vender produtos com propriedades milagrosas ou livros de autoajuda. Já a ideia de universos paralelos é para a maioria das pessoas é coisa de filme ou livro de ficção cientifica. Mas eis que surge A Realidade Oculta e você descobre que pode sim entender física quântica e (incrível) que universos paralelos podem existir!

Esse é um livro surpreendente. Muitas vezes uma obra de divulgação cientifica acaba sendo um livro que só envolve o leitor que já está familiarizado com o tema tratado, já que a linguagem, apesar de simplificada, continua sendo “hermética” para os leigos. No caso de A Realidade Oculta, o autor Brian Greene, une simplicidade e rigor técnico para explicar temas que são complexos até mesmo para os cientistas que lidam com eles (vale a pena destacar o trabalho incrível da tradução brasileira e do cuidado com a revisão técnica, num livro como esse não deve ter sido um trabalho fácil, mas foi belamente executado).
Nesse livro, Greene “traduz” para o público em geral os mais recentes desdobramentos na área da física quântica e teoria das cordas e o que esses desdobramentos revelam: a possibilidade da existência de universos paralelos. Para isso, ele começa com uma introdução sobre Teoria da Relatividade e a Teoria Geral da Relatividade, e é aqui que começamos a perceber como esse livro é legal: Greene escreve para todos os níveis de leitor. Se você é alguém familiarizado com as teorias de Einstein, você pode “pular” alguns tópicos, se você não é, continua a leitura. Para os leitores que têm conhecimento em física e matemática (ou é curioso), ele tem notas no fim do livro que aprofundam os temas que ele aborda no texto do livro. Se você é um leitor “café com leite”, pode ficar com as notinhas de roda pé. É um livro adaptável ao nível do leitor, eu achei isso incrível!

A seguir ele detalha os princípios de física quântica para chegar à ideia multiversos e, a partir daí, ele se aprofunda no tema: teoricamente, se são finitos ou infinitos, como surgem, como a cosmologia através da teoria da inflação (expansão super rápida que teria acontecido logo após o Big Bang) pode ter relação com o multiversos. Depois, temos teoria das cordas e a ideia dos mundos-branas, que seriam universos em “bloco”, que flutuam num espaço infinito com muitas outras dimensões além da nossa. E, a partir daí, ele trata do desdobramento da hipótese dos universos paralelos, como são feitos os cálculos, quais as possibilidades de se comprovar essas hipóteses, o que os cientistas já sabem e o que ainda é “especulação” e como estão as pesquisas sobre esse tema.
Apesar de não ser um livro difícil de ser ler, é um livro para ser lido devagar, as ideias que ele expõe às vezes são tão além da nossa realidade, do que é tangível no cotidiano das pessoas que é preciso, muitas vezes parar para refletir o que se leu ou retornar o parágrafo e ler de novo. Mas isso não é algo que tira o prazer da leitura desse livro. Cada página, cada capítulo que você termina é uma peça de um quebra-cabeça fascinante, é sempre uma surpresa. E, à medida que você vai lendo, vai ficando cada vez mais fascinando com a ideia dos multiversos e como os cientistas trabalham para chegar a essa hipótese. 


No primeiro capitulo, na página 20 Greene escreve: “Minha intenção, portanto, é expor, com  clareza e concisão, os passos intelectuais e o encadeamento teórico que levaram a física a considerar, a partir de perspectivas diversas a possibilidade de que nosso universo seja um dentre muitos. Desejo que você aprenda o conceito de que as pesquisas cientificas modernas- e não as fantasias catóptricas de minha infância- surgem com naturalidade essa extraordinária possibilidade. (…) Meu objetivo é que quando você terminar a leitura do livro, sua percepção de como ser pode ser a realidade - sua perspectiva sobre como as fronteiras da realidade poderiam ser, um dia, reconfiguradas pelos desenvolvimentos científicos de nossos dias – seja mais rica e mais vívida". Posso dizer que ele alcançou seu objetivo: não tem como não enxergar a realidade mais rica e mais vívida. Eu posso dizer que mudou radicalmente a minha forma de ver a realidade. 

Fonte: O Espaçador

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Não viveremos mais mil anos na Terra

Hawking: “Não acredito que viveremos mais 1.000 anos sem ter que deixar este planeta”

O físico britânico fez um emocionante balanço de sua vida diante de uma plateia totalmente envolvida, em palestra no festival Starmus, realizado em Tenerife.

Aos vinte anos de idade, Stephen Hawking teve pela primeira vez a sensação de que estava doente, sem saber do quê. Os médicos não sabiam muito o que fazer. “Nunca me disseram o que eu tinha, embora eu intuísse que era algo muito grave. Disseram que não havia nada a fazer”, contou o físico nesta quarta-feira (29/06/2016), em Tenerife (Espanha), diante de uma sala lotada à qual chegou escoltado por seus assistentes médicos e dois policiais, em meio a aplausos intensos.
O ponto de inflexão de sua vida foram os dias em que os médicos não sabiam o que fazer e até mesmo o aconselharam a parar de beber cerveja para não correr o risco de ter quedas, cada vez mais frequentes devido à sua doença neuro-degenerativa. “Eu não sabia se iria viver o suficiente nem mesmo para concluir a minha tese”, confidenciou, com sua voz robótica característica. “Inicialmente, caí em uma depressão profunda”, mas logo ele acelerou a realização de seu trabalho e “cada dia significava um presente; enquanto há tempo, há esperança”, enfatizou.
O cientista fez um jogo de palavras com seu livro mais conhecido para narrar “Uma breve história de minha vida”, título de sua primeira palestra no festival Starmus, que se realiza ao longo destes dias em Tenerife. Este ano, o evento reúne na ilha de Tenerife 12 Prêmios Nobel e sete astronautas de diferentes gerações. Conta com a presença de cerca de 800 participantes de 12 países, com a sua estranha mistura de música, astronomia e palestras de algumas das mentes mais brilhantes do planeta, que, desta vez, se reuniram para homenagear Hawking.

Os buracos negros não são tão negros como imaginávamos


O físico britânico contou que sua história pessoal transcorreu paralelamente ao surgimento e à consolidação da cosmologia como disciplina voltada à compreensão das questões mais essenciais do Universo. Uma das maiores realizações de Hawking foi a sua proposição de que o Universo não tem começo nem fim, o que significa dizer que a questão da criação, a possível necessidade de que haja um Deus para justificá-la, está totalmente descartada. Esse conceito foi desenvolvido em seu livro mais popular, Uma Breve História do Tempo, um dos maiores Best-Sellers na área científica. “Nunca imaginei que fosse ter tanto sucesso nem sequer que alguém fosse entendê-lo completamente, mas apenas conseguir fazer com que as pessoas entendessem que vivemos em um universo governado por leis racionais e que podem ser descobertas e compreendidas”, afirmou, perante uma plateia silenciosamente devota.
Outra de suas importantes contribuições foi a descoberta de que “os buracos negros não são tão negros como imaginávamos”. Se tudo que cai em um desses monstros do cosmos se perde, como acreditavam muitos cientistas, seria impossível conjugar a relatividade com a mecânica quântica, as leis do “infinitamente pequeno”, como as partículas ao redor de um buraco negro. “Minha solução para este problema foi que a informação não se perde ao cair em um buraco negro, mas sim, ao cair, não retorna em um formato utilizável”, disse. “É como se você queimasse uma enciclopédia. A informação não se perde, mas fica muito difícil lê-la”, brincou.

Uma nova teoria

Aos 74 anos de idade, Hawking continua pesquisando, junto com seus colegas da Universidade de Cambridge, em busca de uma “nova teoria para explicar a mecânica de como a informação retorna dos buracos negros”. Pode ser que em breve ele avance na resolução desses problemas a partir de seu novo escritório no Instituto de Astrofísica das canárias, um dos poucos centros de pesquisa do mundo que tiveram sua proposta de colaboração científica aceita pelo físico. Ele também destacou que projetos científicos, como o Planck e o LISA poderão avançar muito mais nos próximos anos, por exemplo, confirmando a teoria da inflação do universo, que ele defende, ao contrário de seu velho colega Roger Penrose, que estava presente à palestra, sentado na fileira dos convidados especiais.
O cientista fez também uma defesa da exploração espacial, como recurso relacionado á própria sobrevivência da espécie humana. “Não acredito que viveremos mais 1.000 anos sem sermos obrigados a deixar este planeta para procurar algum outro, por isso tento fazer com que as pessoas se interessem mais pelo universo”, afirmou.
“Foi uma época gloriosa para se viver” e “realizamos em grande progresso nos últimos 50 anos na nossa compreensão do universo”, destacou Hawking.
Criança, ele esteve próximo da morte, quando vivia em um bairro próximo de Londres atingido pelos bombardeios alemães. Sobreviveu a uma doença que o deixou sem voz. Sua mente ainda funciona a toda velocidade, mas ele só consegue reunir poucas palavras por minuto, com o computador especial que utiliza. Mas sempre soube superar tudo isso. “Meu conselho é que vocês sempre se lembrem de olhar para cima, para as estrelas, e não para os seus pés”. “Procurem encontrar o sentido daquilo que veem, sejam curiosos. Quaisquer que sejam as dificuldades existentes em suas vidas, há sempre algo em que se pode triunfar. Nunca se rendam”.
Fonte: El País